A produção de moeda em Portugal divide-se entre o período do martelo e o período da prensa.

O primeiro período vai desde o início da monarquia até cerca de 1678, altura em que os moedeiros usavam um cunho fixo onde colocavam o disco monetário, para depois martelarem à mão o cunho móvel até este passar o desenho para a nova moeda.

O segundo período começa em 1678 e dura até hoje. No final do século xvii o fabrico de moeda recebe de braços abertos os balancés de parafuso, enormes prensas que no século xix, passaram a ter ajuda extra das máquinas a vapor.

A casa da moeda comprou à empresa inglesa Boulton and watt Uma das primeiras máquinas a vapor do país, idêntica à usada pela Royal mint De londres. A partir de 1866, foram adquiridas as poderosas prensas monetárias da marca Ulhorn, antepassadas das que ainda hoje cunham circulam.

O processo atual

Desenho e preparação para a gravura

Com o desenho feito, a tarefa passa para as mãos de quem produz as moedas, os «moedeiros».

Hoje em dia, um dos processos mais modernos envolve o uso de scanners 3 d para digitalizar o relevo das esculturas, geralmente feitas em gesso. É aí que se registam todos os detalhes com toda a informação tridimensional do desenho que será cunhado na moeda.

A partir desse momento, são feitos pequenos ajustes de pormenor e simulações para ficar tudo perfeito, para se poder produzir as ferramentas que irão materializar o desenho nas duas faces da nova moeda.

Essas ferramentas chamam-se ferramentas de cunhagem: matriz, punções, cunhos e argolas sendo produzidas utilizando máquinas de alta precisão, que gravam o modelo 3 d num bloco em aço.

As ferramentas de cunhagem

A produção de moedas requer ferramentas específicas, como prensas e cunhos, para garantir precisão e autenticidade. Essas ferramentas são essenciais para criar moedas duráveis e seguras.

Estampagem

A produção das ferramentas de cunhagem utiliza aço para estampagem a frio.

		Matriz A matriz é uma peça única em negativo, a partir da qual são produzidos, por estampagem, os punções. A sua dureza é aumentada graças a tratamentos térmicos.
		Punção O punção é uma réplica em aço macio igual à matriz, mas com os relevos em positivo, muito parecido com a futura moeda. É a partir dos punções endurecidos que se obtêm os cunhos, também por estampagem, de novo com o relevo em negativo.
		Cunho O cunho é uma peça em baixo‑relevo, com a imagem em negativo, obtida por estampagem a partir do punção. A passagem da matriz aos punções, e destes aos cunhos acontece com a ajuda de uma moderna prensa hidráulica com uma força que pode ir até 1200 toneladas
		Argola A argola é uma ferramenta importante no processo de cunhagem, pois é esta que contém o diâmetro da moeda, impedido a sua expansão e deformação, ao mesmo tempo que marca o bordo com uma serrilha, para que o seu portador possa ter a certeza de que a moeda não foi cerceada, isto é, que não lhe foi retirada nenhuma quantidade de metal (esta segurança é particularmente importante).

A gravação a laser É uma alternativa à estampagem. Neste processo, a gravação é realizada em cunhos lisos, já com as dimensões finais. O tempo do processo de gravação é de várias horas e depende da dimensão do cunho, da complexidade da gravura e do nível de detalhe pretendido.

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Os gravadores O cunho tem um momento de descanso nas almofadas dos gravadores da casa da moeda, onde estes retocam meticulosamente possíveis imperfeições e aplicam massa de polimento feita de pasta de diamante. É através do processo manual de polimento e/ou foscagem, que os gravadores preparam os cunhos para os diferentes acabamentos — normal, flor de cunho (FDC), brilhante não circulada (BNC) e prova numismática (proof ). esta parte do processo é assim há centenas de anos.

A preparação dos discos

Discos metálicos Os discos metálicos em branco, com dimensões e formatos muito aproximados da moeda, são a matéria-prima usada na cunhagem. São fornecidos por várias empresas internacionais certificadas, e podem ser compostos por diversos materiais, como o alumínio, aço revestido, por exemplo, a cobre, níquel, latão, cobre, prata ou ouro.

Lavagem/polimento da matéria-prima

Antes de criar as moedas com acabamento especial, os discos, passam por uma limpeza e um polimento rigoroso. Nesse processo, eles são mergulhados em produtos químicos e água e esfregados recorrendo a pequenas peças de aço inox ou porcelana. Tudo isso para garantir um acabamento de altíssima qualidade. Importa referir que, ao logo deste processo, bem como ao longo de toda a cadeia de produção, as águas e produtos químicos utilizados são devidamente tratados e reutilizados, para minimizar quaisquer impactos nocivos ao meio ambiente.

Cunhagem

As moedas com acabamento especial são cunhadas em três prensas, duas delas automáticas, mas de baixa cadência, e outra manual, para garantir uma alta qualidade de acabamento.

A limpeza dos discos e cunhos é muito cuidadosa, para não contaminar nada e evitar quaisquer imperfeições. Cada detalhe conta, para criar a
melhor moeda possível!

Pintura

Algumas moedas de coleção são coloridas ou produzidas com pequenos apontamentos de cor.

O método mais habitual é a tampografia. Esse processo possibilita uma ampla variedade de opções de design e cores vibrantes nas moedas de coleção, tornando-as verdadeiras obras de arte. Além disso, são utilizadas tintas especiais para garantir um resultado de alta qualidade e durabilidade na pintura das moedas.

Embalamento

Uma forma prática e padronizada de embalar as moedas correntes é em rolos de papel. São fáceis de manusear e guardar. Os vários rolos de moedas são juntos e colocados em caixas de madeira, de forma organizada e segura, para garantir que as moedas são acondicionadas em perfeitas condições. Também podem ser embaladas em pequenos sacos de plástico. É uma alternativa igualmente prática, embora menos usual.

Nas moedas de acabamento especial, o processo de embalamento é realizado manualmente, seguindo um método ainda mais rigoroso e criterioso.

Cada moeda é verificada cuidadosamente, garantindo uma qualidade superior. Em seguida é colocada numa cápsula transparente para proteção, e acondicionada em estojo especial, acompanhada do respetivo certificado de garantia, do número de série individual, e de uma brochura informativa.

Este cuidado garante que todas as moedas são entregues sem qualquer tipo imperfeição e correspondem às expectativas dos colecionadores mais exigentes.