Há muitos séculos que Portugal se debatia com o problema do «cerceio». Este logro podia passar despercebido, pois a cunhagem das moedas não era uniforme. Assim, em 1553, João Gonçalves concebeu um sistema que permitia fundir ouro e fabricar moedas perfeitas. No anverso, via-se ao centro o Escudo do Reino, acompanhado da legenda SEBASTIANVS•I•R•PORTV, alusiva ao monarca. No anverso, a Cruz de Cristo central estava rodeada pela expressão latina IN-HOC-SIGNO-VĨCES, que significa «com este sinal [a cruz] vencerás».
Embora o novo engenho permitisse produzir em série e de forma fidedigna, a morosidade do fabrico tornava o método dispendioso. Ao fim de cerca de cinco anos a fundir moeda (1562-1566), a Coroa optou por retornar à milenar técnica de amoedação a martelo. Por ter estado em circulação durante um perÃodo tão curto, poucos são os exemplares que chegaram aos nossos dias.
Com 22 mm de diâmetro e apenas 3,79 g na sua versão original, esta peça histórica vale muito mais do que o seu peso em ouro. Agora, quase cinco séculos depois, e graças aos contÃnuos avanços tecnológicos da Casa da Moeda, mais pessoas poderão tê-la ao seu alcance.