Século XII
27-05-1128
D. Afonso Henriques entrega a carta de couto à Sé de Braga e concede a esta instituição o direito de cunhar moeda, por forma a financiar a construção da catedral.
Século XIII
1253
É promulgada a lei de almotaçaria, pela qual se fixam os preços, se uniformizam os pesos e as medidas, se cria a libra como unidade monetária, associando-lhe, como submúltiplos, o soldo e o dinheiro, e se estipula o valor das moedas correntes em função dessa mesma unidade, daí resultando o aumento do valor legal do morabitino em 1 libra e 10 soldos.
1254
As cortes de Leiria reagem contra a tentativa de quebra da moeda feita por D. Afonso III, através da substituição do dinheiro velho pelo dinheiro novo, comprometendo-se a aceitar o pagamento de um imposto extraordinário, o monetágio, durante um período de sete anos.
1261
Após as cortes de Coimbra, D. Afonso III ordena a promulgação do «Instrumento sobre a produção de moeda (Instrumento super facto monete)», pelo qual estipula as condições em que emitiria moeda: a moeda velha é reduzida ao seu valor original e passa a circular, em todas as transações, em conjunto com a moeda nova, na razão de 16 dinheiros velhos para 12 dinheiros novos.
1280
(c. 1280) É instituída a Casa da Moeda em local fixo da cidade de Lisboa.
Século XIV
07-07-1324
Carta régia que concede vários privilégios aos moedeiros.
1325
As cortes de Évora aceitam a desvalorização da libra, daí resultando o aumento do valor legal do morabitino em 2 libras e 10 soldos e o restabelecimento do valor legal do dinheiro novo em 1 dinheiro.
1360
(c. 1360-1370) É instituída a Casa da Moeda em local fixo da cidade do Porto.
1361
As cortes de Elvas aceitam a nova desvalorização da libra, daí resultando a criação da dobra e meia dobra de ouro e do tornês e meio tornês de prata, bem como o aumento do valor legal do dinheiro novo em 1 ¾ ou 2 dinheiros.
03-03-1370
D. Fernando I outorga aos moedeiros do Porto os mesmos privilégios dos de Lisboa.
29-12-1391
D. João I promulga, em Viseu, o regimento da Casa da Moeda do Porto.
Século XV
23-03-1498
Primeiro Regimento conhecido da Casa da Moeda.
Século XVI
1524
É concedida a Rui Lopes, vedor da casa real, licença régia para instalar em Beja 23 moedeiros, oriundos da Casa da Moeda de Lisboa, para a produção de ceitis, em compensação pelas despesas resultantes da exploração das minas de cobre e azougue.
1525
A Casa da Moeda é instalada em novo edifício na arcada do Paço da Ribeira, junto à Rua Nova, em Lisboa.
03-03-1568
Provisão autorizada por D. Sebastião I, que determina e oficializa a circulação de moeda metálica no Brasil.
1614
Reconhece-se legalmente o açúcar como moeda no Brasil.
Século XVII
1645
(1645-1646) A Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais cunha, no Recife, as primeiras moedas do Brasil, também conhecidas como ducados brasileiros ou florins brasileiros.
1645
Surgem as primeiras moedas consideradas brasileiras, não só por conterem a designação «Brasil» mas também por serem fabricadas em solo brasileiro.
1653
O pano de algodão passa a valer como moeda no Maranhão.
1654
O real português circula novamente no Brasil.
20-11-1662
Lei que manda marcar as moedas de ouro. Foi empregue um escudete com a coroa acima e o valor dentro do escudete.
1678
A cunhagem a martelo é substituída pela cunhagem por balancé de parafuso. Constitui uma inovação tecnológica especialmente importante no fabrico monetário.
09-09-1686
Novo Regimento da Casa da Moeda, publicado por Carta Régia de D. Pedro II.
1694
É criada em Salvador a primeira Casa da Moeda no Brasil, com o objetivo de fabricar moedas a partir do ouro proveniente das minerações e substituir as moedas estrangeiras que aí circulavam. Os primeiros cunhadores foram José Berlinque e Domingos Ferreira.
1695
Primeiras moedas com cunhagem portuguesa no Brasil, com os valores de 1000, 2000 e 4000 réis, em ouro, e de 20, 40, 80, 160, 320 e 640 réis, em prata.
1695
Por determinação real, passam a circular no Brasil as moedas de cobre cunhadas na cidade do Porto.
1695
A Casa da Moeda da Baía cunha as primeiras moedas de ouro e prata.
19-12-1695
Lei que proíbe a circulação de moedas de ouro da metrópole nas capitanias do Brasil.
12-01-1698
Início de atividade da Casa da Moeda do Rio de Janeiro, que funciona até 20 janeiro de 1700.
1699
A Casa da Moeda do Rio de Janeiro cunha as primeiras moedas de ouro e prata.
Século XVIII
1700
A Casa da Moeda do Brasil é transferida para o Recife.
1700
A Casa da Moeda de Pernambuco cunha as primeiras moedas.
13-10-1700
Início de atividade da Casa da Moeda de Pernambuco, que funciona até 12 outubro de 1702.
14-01-1703
Reabertura da Casa da Moeda do Rio de Janeiro.
1707
A Casa da Moeda do Rio de Janeiro produz moedas de ouro.
1714
A Casa da Moeda da Baía produz moedas de ouro.
14-11-1714
Abertura da Casa da Moeda da Baía, que funciona até 29 de novembro de 1830.
1722
São produzidas moedas de cobre em Lisboa, para uso regional em Minas Gerais.
1724
É cunhada a «famosa» série de dobrões na Casa da Moeda de Villa Rica.
01-02-1725
Abertura da Casa da Moeda de Minas Gerais, que funciona até 21 de julho de 1735.
1727
É lançada a série de moedas de ouro (conhecida como Escudos) pelas Casas da Moeda de Villa Rica e do Rio de Janeiro.
1727
São cunhadas no Brasil as primeiras moedas contendo a efígie régia, com a figura do rei numa das faces e com as armas da Coroa Portuguesa na outra.
1749
O Maranhão passa a ter moeda própria, cunhada em Portugal, de cobre, ouro e prata.
1752
A Casa da Moeda de Lisboa cunha moedas de cobre para o Brasil e para a Guiné.
25-01-1777
Aviso, assinado pelo Marquês de Pombal, pelo qual se cria o cofre da Casa da Moeda, destinado a guardar «Huma moeda de cada cunho, e qualidade de metal, que se poderem hir achando, naõ só deste Reino, mas geralmente de todas as partes do Mundo: E semelhantemente huma Medálha tambem de todas as qualidades de metaes, que for possivel alcançarse, assim antigas, como modernas», com o intuito de se formar uma «collecçaõ» de «utilidade publica».
1785
D. Maria I assina o alvará pelo qual determina que se proíba a circulação de moeda estrangeira batida com o cunho português, bem como a receção desta moeda como dinheiro corrente e a sua arrecadação na Fazenda Régia.
Século XIX
19-11-1807
Primeira invasão francesa do território português.
1835
Introdução da primeira máquina a vapor pela Casa da Moeda, adquirida à firma inglesa Boulton and Watt.
1836
Luís Gonzaga Pereira elabora o mais antigo plano arquitetónico, hoje conservado do edifício da Casa da Moeda.
1838
Invenção da galvanoplastia, atribuída a Moritz Hermann Jacobi.
1845
No início do ano, é aberto na Biblioteca Pública um curso público gratuito de Numismática.
28-07-1845
Fusão da Casa da Moeda com a Repartição do Papel Selado. Passa a designar-se Casa da Moeda e Papel Selado.
01-07-1853
Introdução dos selos postais em Portugal, passando a ser fabricados na Casa da Moeda.
1855
É organizado o Catálogo das medalhas e dinheiros antigos e modernos oferecido ao meu amigo Manuel Moreira Coelho pelo infante D. Luís, nele se descrevendo cento e cinco moedas portuguesas e quinze estrangeiras.
1856
Manuel Bernardo Lopes Fernandes publica a obra Memoria das moedas correntes em Portugal desde o tempo dos Romanos até o anno de 1856.
1863
O Diretor da Casa da Moeda, Sebastião Betâmio de Almeida, organiza o Gabinete Numismático. É integrada a coleção de moedas e medalhas constituída por Aviso de 1777.
07-12-1864
Nova remodelação da Casa da Moeda e Papel Selado.
1867
D. Luís é nomeado presidente de honra da Sociedade Francesa de Numismática e Arqueologia.
1867
A coleção numismática de D. Luís é apresentada ao público na Exposição Internacional de Paris.
1867
Augusto Carlos Teixeira de Aragão é nomeado conservador do Gabinete Numismático do Palácio da Ajuda.
1867
Augusto Carlos Teixeira de Aragão publica a obra Description des monnaies, médailles et autres objects d’art concernant l’histoire portugaise du travail, na qual procede ao estudo da coleção numismática de D. Luís.
1869
A coleção numismática de D. Luís passa a estar patente ao público, todos os domingos, no palácio da Ajuda.
1869
Augusto Carlos Teixeira de Aragão publica a obra Descripção historica das moedas romanas existentes no Gabinete Numismatico de Sua Magestade El-Rei o Senhor D. Luiz I, na qual procede ao estudo da coleção numismática de D. Luís.
1874
(1874-1880) Augusto Carlos Teixeira de Aragão publica, através da Imprensa Nacional, a obra Descripção geral e historica das moedas cunhadas em nome dos reis, regentes e governadores de Portugal, na qual procede ao estudo da coleção numismática de D. Luís.
1882
As Contrastarias ficam subordinadas à Administração-Geral da Casa da Moeda e Papel Selado que passa a fiscalizar a indústria e comércio de ourivesaria em Portugal.
31-10-1889
É elaborado o inventário da coleção numismática de D. Luís, do qual se conserva cópia, originariamente pertencente ao Arquivo Histórico do Ministério das Finanças, incorporada no Arquivo Nacional/Torre do Tombo.
Século XX
05-10-1910
Implantação da República. Constituição do Governo Provisório. Neste contexto, o palácio da Ajuda é encerrado e o respetivo recheio arrolado, incluindo a coleção numismática de D. Luís, herdada por D. Manuel II, a qual, sob a designação de Gabinete Numismático do Palácio da Ajuda, vem a manter-se em situação de arrolamento sob a dependência de um funcionário superior da Direção-Geral da Fazenda Pública.
25-01-1911
É criado um conselho administrativo para a fiscalização dos serviços da Casa da Moeda e Papel Selado. É integrado por António dos Santos Lucas, Francisco Augusto Garcês Teixeira e Ludgero Maria de Lima e Quina.
29-05-1911
Reforma dos serviços da Casa da Moeda. O número de trabalhadores é reduzido e a distribuição de vencimentos é revista para um maior equilíbrio entre si.
08-1914
Início da Primeira Guerra Mundial.
09-03-1916
A Alemanha declara guerra a Portugal.
11-11-1918
Armistício. Fim da Primeira Guerra Mundial.
1923
José Leite de Vasconcelos publica a obra Da Numismatica em Portugal.
26-05-1924
Transferência da coleção do Gabinete Numismático do Palácio Nacional da Ajuda para a Casa da Moeda, na Rua de São Paulo.
14-06-1924
Inauguração do Museu Numismático Português, com a presença de Manuel Teixeira Gomes.
16-06-1924
O Museu de Numismática da Casa da Moeda e Valores Selados e o Gabinete especial de Numismática do Palácio Nacional da Ajuda, também instalado na Casa da Moeda, passam a estar abertos ao público às quintas-feiras.
28-05-1926
Pronunciamento militar chefiado por Gomes da Costa. A República é derrubada.
09-08-1926
O administrador geral da Casa da Moeda, Aníbal Lúcio de Azevedo, é demitido.
02-04-1928
É inaugurado um Posto de Socorros nas instalações da Casa da Moeda.
29-06-1929
É ordenado o encerramento da Casa da Moeda para reorganização de serviços.
18-07-1929
Reorganização de serviços e reabertura da Casa da Moeda.
1932
É criado o lugar de Conservador do Museu Numismático Português. Pedro Batalha Reis começa a estudar sistematicamente a coleção.
1933
O Museu Numismático é elevado a Museu Nacional.
1933
Na sequência da criação da Fundação da Casa de Bragança, ao abrigo do Decreto-Lei n.º 23240, de 21 de novembro, é determinado que a coleção numismática de D. Luís faz parte da coleção que D. Manuel II refere como sua no testamento de 1915.
11-04-1933
Estado Novo. Entra em vigor a nova Constituição Política da República Portuguesa.
1934
A Direção-Geral da Fazenda Pública entrega ao Administrador-Geral da Casa da Moeda as chaves das vitrines em que se guardavam as moedas e medalhas da coleção.
1935
O Chefe do Estado visita a Exposição filatélica, onde examina um cunho da Casa da Moeda.
1937
Damião Peres inicia o inventário em livro do acervo do Museu Numismático.
1938
Sessão de distribuição de prémios no Grupo Desportivo da Casa da Moeda.
1938
Inicia-se a mudança de instalações da Casa da Moeda da Rua de São Paulo para o Arco do Cego.
01-09-1939
Início da Segunda Guerra Mundial. O Governo Português anuncia a neutralidade equidistante do País em relação ao conflito.
1941
É concluída a transferência do Museu Numismático para o novo edifício da Casa da Moeda, no Arco do Cego.
1944
O Museu Numismático Português passa a funcionar anexo à Casa da Moeda.
08-05-1945
Rendição incondicional da Alemanha. Fim da Guerra na Europa.
28-05-1946
Inauguração do Museu Numismático Português no novo edifício da Casa da Moeda, localizado na Avenida de António José de Almeida. Ocupa duas alas no edifício: a exposição de cunhos, matrizes e punções, no piso térreo, e a exposição de moedas e medalhas, no primeiro andar, onde se localizam também os gabinetes de trabalho
20-06-1950
O Diretor-Geral da Fazenda Pública informa o Administrador-Geral da Casa da Moeda que a coleção numismática de D. Luís, por fazer parte da herança de D. Manuel II, deve considerar-se em regime de depósito no Museu Numismático Português, determinando-se também que dela se elabore o respetivo catálogo e se coloque no Museu uma placa indicativa da sua origem.
19-08-1954
Damião Peres solicita ao Presidente da Comissão Executiva da Fundação da Casa de Bragança novo entendimento quanto ao regime de depósito da coleção numismática de D. Luís no Museu Numismático Português, com a justificação de ser prejudicial à cultura nacional a separação desta coleção da que foi constituída no Museu. Sugere, simultaneamente, que a coleção de moedas seja considerada propriedade do Estado e que se envie ao Palácio de Vila Viçosa, com o objetivo de aí ser exposta, a coleção de medalhas.
1955
É iniciada a entrega à Fundação da Casa de Bragança de 2307 medalhas portuguesas e estrangeiras, 38 estojos com camafeus e 54 duplicados de moedas pertencentes à coleção de D. Luís.
15-03-1961
Início da Guerra Colonial, após ataques no Norte de Angola.
1969
É concluída a entrega à Fundação da Casa de Bragança de 2307 medalhas portuguesas e estrangeiras, 38 estojos com camafeus e 54 duplicados de moedas pertencentes à coleção de D. Luís.
04-07-1972
Fusão da Imprensa Nacional com a Casa da Moeda. É criada a Imprensa Nacional-Casa da Moeda, ficando o acervo do Museu Numismático Português incorporado na nova empresa.
25-04-1974
Revolução dos cravos. Movimento militar que põe termo ao Estado Novo. A Casa da Moeda é controlada por uma força da Escola Prática de Engenharia de Tancos.
1977
Carlos Manuel Almeida do Amaral publica a obra Catálogo descritivo das moedas portuguesas: Museu Numismático Português.
11-1978
Encerramento do Museu Numismático ao público, por razões de segurança.
1985
Início de obras que levam à redução do espaço físico do Museu Numismático Português.
1987
Na sequência das obras iniciadas em 1985, o Conselho de Administração, até então situado no edifício da Rua D. Francisco Manuel de Melo, ocupa todo o espaço do Museu Numismático, sendo dada ordem de recolha integral do acervo do Museu Numismático Português à Casa-Forte da Tesouraria.
Século XXI
2016
Abertura do Museu Casa da Moeda, projeto de Museologia Digital inteiramente dedicado à Numismática e à Medalhística.